Sendo uma raça oriunda da região de alentejana, o “Mastim Português” ou também mais conhecido como “Rafeiro do Alentejo”, é uma raça de cachorro tipo de guarda de gado. Como a maioria dos molossos europeus, o Rafeiro do Alentejo pode ter descendido dos cachorros corpulentos do Ribatejo, ou do Tibete.
Origem
A chegada dos cachorros à Península Ibérica não é conhecida, pois eles podem ter vindo com alguns nômades na pré-história, ou que tenham sido trazidos pelos romanos quando governou a região milhares de anos atrás. Muitas vezes, é suposto que a raça está relacionada com o Mastim tibetano, mas nenhuma prova disso existe. Talvez no futuro, evidências de ADN vão provar quando chegaram, qual a sua ancestralidade, mas por agora não há nenhuma prova, apenas lendas, conjeturas e especulações.
O que sabe-se é que esta raça tem sido usada para mover os ovinos das montanhas do norte de Portugal para o planalto do Alentejo e de volta para a montanha. Devido às mudanças na agricultura, na pecuária e da eliminação de predadores de grande porte, a raça deixou de ter uso econômico e começou a declinar. Criadores, no entanto, têm sido capazes de manter a raça viva, embora, em Portugal, ainda é considerada “vulnerável”.
O nome “Rafeiro do Alentejo” é utilizado desde o fim do século XIX. A designação vem provavelmente da concepção que a população fazia do cachorro: um exemplar Rafeiro que era comum na região. Apesar da antiguidade desta linha, teve de esperar até meados do século XX para ver-se livre da classificação de Rafeiro. Ironicamente, o nome escolhido para a raça acabou por ser o nome colocado pela população. Em 1940, foi realizado um censo por dois cinófilos, António Cabral e Filipe Romeiras, para tentar determinar o número de Rafeiros do Alentejo existentes na região. Este foi o ponto de partida para a realização do estalão e o reconhecimento da raça pelo FCI que veio em 1967. Reconhecido pela Fedération Cynologique Internationale, junto com outras raças portuguesas (o Cão da Serra da Estrela e o Cão de Castro Laboreiro), no grupo 2 e seção 2. A “Associação dos
Criadores Do Rafeiro do Alentejo” é o clube oficial desta raça em Portugal. Contudo o reconhecimento da raça não proporcionou a popularidade que esperava-se para o Rafeiro do Alentejo. O número de exemplares chegou mesmo a diminuir nas décadas seguintes. O êxodo rural e a desertificação do interior não ajudaram esta raça rústica que no início da década de 80 via os seus exemplares reduzidos ao mínimo desde que começou a ser contabilizado o número de cachorros desta raça.
Hoje em dia, o Rafeiro do Alentejo é um cachorro popular em Portugal, com registros anuais entre 200 e 500 exemplares, conforme os anos e é mais frequentemente mantido como companheiro e cachorro de guarda.
Características
O Rafeiro do Alentejo é uma das maiores raças portuguesas e das mais bonitas. Um molosso, de grande porte, forte, com aspecto rústico. O corpo é mais comprido do que alto. A cabeça lembra a de um urso, com uns maxilares fortes e musculosos. O nariz é largo e escuro. Os olhos são escuros, de olhar suave. As orelhas triangulares e pendentes. O pescoço é curto e forte. Os membros são musculosos. A cauda é comprida e curva na extremidade.
O pelo desta raça é de preferência de tamanho médio, mas também pode ser curto. Espesso e liso, o pelo distribui-se de forma igualitária pelo corpo. Pode ser visto nas cores preta, lobeira, fulva ou amarela. São permitidas malhas brancas, ou nas outras cores aceitos. O padrão raiado, riscado, e tigrado também são aceitos. De grande porte os machos podem chegar aproximadamente 74 cm, pesando 50 kg, as fêmeas em torno de 70 cm, pesando 45 kg.
Peso: | Macho de 40 kg a 50 kg e Fêmea de 35 kg a 45 kg |
Altura | Macho de 66 cm a 74 cm e Fêmea de 64 cm a 70 cm |
Grupo: | 2 – Molossóides Tipo Montanha |
Funções: | Cachorro de guarda e companhia |
Grau de Atividade: | Alto |
Pelo: | De tamanho médio ou curto, espesso e liso |
Cor: | Preto, lobeira, fulva, ou amarela. São permitidas malhas brancas, raiado, riscado, e tigrado |
Nome de Origem: | Rafeiro do Alentejo |
Pais de Origem: |
Portugal |
Registro FCI: | 96 |
Temperamento
O Rafeiro do Alentejo não é um cachorro para um dono inexperiente. Sendo um exemplar de guarda é bastante territorial, agressivo para com estranhos que entram na sua propriedade. Por isso é indispensável que o seu raio de ação esteja bem delimitado e o terreno bem vedado. O ladrar é a primeira forma de defesa do território. A sua voz é grave e audível a grandes distâncias. É um cachorro de defesa, só atacando perante a percepção de ameaça. Não é considerado um cachorro de “ataque” e sim de “defesa” uma vez que é um cachorro de grande porte.
Por ser um excepcional cachorro de guarda, defende com coragem o terreno, a família, estando especialmente atento durante a noite. Especialmente dócil com crianças. De temperamento calmo, seguro de si, com um caráter nobre e digno.
Extremamente leal, é especialmente paciente com crianças. Gosta da atenção da família, mas recusa-se a aprender truques sem utilidade no seu trabalho. É bastante eficaz no gasto de energia e tentará ao máximo poupá-la para a sua atividade de guarda. Devido à sua rapidez é também utilizado na caça grossa.
Em casa, é bastante calmo e dócil. A raça amadurece bastante tarde apenas por volta dos quatro anos. Convive com outros animais, desde que estes tenham sido apresentados desde cedo.
Curiosidades
De tão tranquilo que há quem pense que dorme demasiado. Mas não é um cachorro indolente. Esta calma é apenas a manifestação da grande confiança que tem em si mesmo.
Dicas
Ele não é um cachorro de cidade ou apartamento. Devido ao seu grau de inatividade no interior, necessita de um espaço exterior para poder passar parte do dia. Não é um cachorro que aprecie as rotinas citadinas e gosta de ter um território para guardar.
Não sendo especialmente ativos, necessitam, porém de um passeio diário de média a longa duração. Corrida e brincadeiras com o dono também são apreciadas. Requer uma educação estrita e sólida.
O pelo curto a médio não exige muita manutenção. Escovagens semanais são suficientes para manter o pelo bem tratado. Ele muda de pelo duas vezes por ano, necessitando de escovagens mais frequentes nestas alturas para remover os fios caídos.
O banho deve ser dado apenas quando necessário, uma vez que a água, os produtos destroem a camada oleosa de proteção da pele dos mesmos.
Saúde
Poucos dados existem para problemas de saúde desta raça. No entanto, tal como na generalidade dos cachorros de grande porte, a displasia da anca é uma preocupação. Expectativa de vida varia entre 12 anos a 14 anos.
Preço
O preço médio do filhote de Cachorro Rafeiro do Alantejo pode variar de R$ 2.000 a R$ 10.000.
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